- "Eu acabo de sair da prisão e o mundo já vai ser destruído? Não. Eu tenho que impedir isso."
- —Tovenaar Onheilir
O feiticeiro culpado pela própria mente, fruto da ironia do destino. Passou maior parte de sua vida preso, incapaz de apodrecer junto dos outros. Foi colocado atrás das grades em um surto de magia pura, que nem mesmo o próprio tinha noção que despertava dentro dele.
Tal surto havia acontecido em uma caravana, que transportava diversos comerciantes e passageiros de lugares diferentes do continente. E lá andava Tovenaar, acompanhado da maior parte de sua família. A caravana tinha pouco mais de vinte pessoas, porém, no meio do caminho uma explosão de incontroláveis chamas chamava a atenção dos guardas, que viam com horror pessoas gritando com queimaduras de todos os graus possíveis, e no meio, um único Elfo Negro. Alheio à qualquer interação, e completamente atordoado.
Descrição[]
Aparência[]
Era extremamente magro e cheio de cicatrizes, principalmente uma de queimadura que arrancou o lado esquerdo de seu rosto, além de seu nariz, que era quebrado por conta de algumas de suas brigas na prisão. Tinha suas pontas dos dedos queimadas pelo uso extremo de magias de fogo e seu cabelo batia no ombro, pelo menos antes dele cortá-lo assim que saiu da prisão, e era liso e branco.
Porém, tudo isso era escondido pois usava um manto preto que o cobria por completo, deixando à mostra apenas os seus horripilantes olhos amarelos que brilhavam no escuro.
Personalidade[]
Tovenaar era conhecido por ser extremamente ignorante com pessoas que acabou de conhecer. Não gostava de, e não queria, se importar com seus novos "amigos", e por essa razão decidia que era mais fácil odiá-los para que se afastassem.
Sempre almejava parecer mais inteligente do que realmente era, mesmo não sendo nem de perto o mais inteligente no recinto. Dizia para si mesmo que estava certo 90% das vezes, mesmo que a realidade pudesse lhe dizer o contrário mais vezes que gostaria.
História[]
Infância[]
A infância de Tovenaar é algo que nem mesmo ele lembra muito, assim como a maioria dos eventos que aconteceram antes do acidente. Sua infância foi como a de outros Elfos Negros, passava fome e frio mas ao menos não havia sido sequestrado pelo "povo de cima", como sua mãe sempre dizia. Ele tinha cinco irmãos, porém, quatro desapareceram após serem capturados para se tornarem escravos e o mais novo ainda nem sabia dizer o próprio nome. Tovenaar amava seus pais; sua mãe Gehaat Vergeten e seu pai Manisch Vergeten.
Até os 70 anos, ele ajudava em casa e conversava com o seu pequeno grupo de amigos da aldeia, e foi nessa idade que Tovenaar partiu em sua primeira caçada por alimento, em um bosque que ficava logo acima do conglomerado de cavernas em que morava. Junto com ele foram Minnaar e Verrader, dois de seus amigos mais próximos. Minnaar era a mais assustada e Verrader, o mais corajoso do grupo, não via medo em ir para superfície, afinal, nenhum dos três havia saído das cavernas antes. O objetivo deles era trazer um cervo para a aldeia e assim, no meio da manhã, foram cegados por um feixe de luz nunca antes visto. A luz do Sol queimava suas peles e os olhos frágeis, mas ao mesmo tempo que incomodava, era deslumbrante um local tão abundante de vida logo em cima da vila suja e escura que moravam.
Passaram horas andando pela mata quando, de repente, viram um cervo. Verrader mirava seu arco-e-flecha para o animal, enquanto Tovenaar e Minnaar olhavam para o seu redor. O arqueiro, depois de prender a respiração e flexionar os joelhos, soltava sua mão com confiança e, um segundo depois, o corpo imóvel do cervo caía com uma flecha certeira no coração. Tovenaar, colocando o cervo em seus ombros, guiava seus amigos de volta para a aldeia.
Vida Adulta[]
Alguns anos se passava, e agora com 120 anos, Tovenaar já era responsável por sua própria vida. Seus pais faleceram um ano antes, e seu irmão mais novo havia acabado de voltar de sua primeira caçada. Tovenaar estava surpreendentemente bem de vida - pelo menos para um Elfo Negro -, havia casado com sua amiga de infância, Minnaar, e com ela teve uma filha, uma pequena garota chamada Miester, que acabara de completar 10 anos. Tovenaar vivia com sua esposa, filha e irmão na mesma casa, e Verrader era sempre bem-vindo na casa deles.
Mesmo que vivessem de forma estável, eles sempre sonhavam com a vida na superfície. O dia em que os três amigos foram caçar despertou esse forte sentimento, então Tovenaar, junto de sua esposa, fez um plano de pegarem uma das caravanas que passavam perto do bosque e irem para um lugar bem isolado, no intuito de criar sua filha. Eles contaram o plano pra Verrader que, ao escutar, relutantemente concordou em ajudá-los. Era manhã do novo dia, todos estavam com suas bagagens cheias do pouco de roupa e comida que tinham. Tovenaar pegou sua filha no colo e, junto de sua esposa, caminharam na direção da caravana que partia para Thaidour.
Todos estavam vestidos com mantos, cobrindo o rosto e qualquer outra característica que entregaria sua origem feérica, para não gerar comoção entre os outros passageiros. Eles estavam partindo para direções que o seu povo jamais haviam sonhado, e Tovenaar, ao olhar para sua mulher, filha e irmão, chorou por um breve momento de emoção ao perceber que de lá em diante tudo ficaria bem.
Haviam passado alguns dias de viagem, e todos estava dormiam pacificamente em uma das carroças da caravana, até Tovenaar acordar com uma dor forte no peito. Suas veias doíam e pulsavam como se o seu sangue estivesse fervendo, tinha vontade de gritar, mas sentia que não possuía voz. De seus dedos, pequenas fagulhas de fogo eram criadas, além de sentir o ar se congelando ao redor de sua mão esquerda. Foram dois longos minutos de pura dor, quando finalmente suas cordas vocais foram libertas. Ele então, na esperança de liberar sua dor, gritou.
Feiticeiro Selvagem[]
Ao abrir os olhos, Tovenaar apenas escutava gritos abafados de fundo e sentia um forte cheiro de enxofre. O gosto de sangue da sua boca era predominante, porém, fora aos gritos, Tovenaar escutava diversas vozes em sua cabeça. Conversas sem sentido, discussões e lamentos, vozes que o culpavam por algo que ele não fazia ideia. Nada tinha sentido naquele momento, quando sentiu se aproximarem dois guardas com armadura de placa, que chutaram Tovenaar até que desmaiasse.
E assim começa os mais longos quatrocentos anos da vida do recém descoberto feiticeiro. Ao adentrar Soligate - uma ilha que servia como uma prisão de segurança máxima - ele era recebido pelos mais variados xingamentos contra contra sua raça, de como ele era apenas uma sombra de criaturas mais "importantes" que ele. Os primeiros dez anos foram terríveis para o Elfo, pois finalmente havia compreendido o que tinha feito com sua família. Ele tentou tirar sua própria vida, mas as vozes nunca deixavam, sempre o chamando de covarde, de fraco e como ele merecia apodrecer junto dos outros.
Pelos anos a companhia das vozes foram as únicas que duravam. Anões e humanos morriam depois de alguns anos, e elfos não eram tão receptivos com alguém de uma sub-raça considerada "impura". Usou seu tempo na prisão para tentar compreender a fonte de seu poder, e tentar distrair sua mente com livros e outras fontes de estudo. O contato com raças de todas as partes do continente o ajudou a adquirir um conhecimento invejável de línguas e cultura, além de treinar combate com espadas e arcos.
Mas ainda sim, Tovenaar lentamente descendia até a loucura, em razão das vozes. A insanidade o ajudou com que os anos passassem com mais facilidade, até ser apresentado ao seu novo colega de cela, um humano chamado Marquito Bobo. Marquito era um ágil ladino, pessoalmente bom em persuadir as pessoas. Ao ouvir que, durante um dia o ritual anti-magia de Soligate seria desfeito - pois precisava ser recarregado a cada mil anos - Marquito convenceu seu companheiro a criar um plano de fuga.
Chegado o dia, Tovenaar - se arriscando com o seu pouco conhecimento mágico - tentou conjurar um feitiço que aprendeu com um mago alguns séculos antes, teleporte. E, assustadoramente, ele havia conseguido. O portal foi criado e ao passar por ele, os dois se viram do lado de fora da cidadela-prisão pela primeira vez em anos. Conseguiram roubar um barco atracado em um porto próximo, e partiram até chegarem na cidade portuária de Armsnel, em Protên.
Ordem de Elijah[]
Sendo um criminoso procurado, Tovenaar e Marquito decidiram se juntar à um grupo estranho de aventureiros que se chamariam Ordem de Elijah, no futuro. Os dois passaram algum tempo com o grupo, explorando ruínas e realizando trabalhos até se depararem com um culto estrangeiro conhecido como Culto do Dragão. Se vendo forçados a eliminar o Culto antes que ele ganhasse fama, se tornaram emissários - com a ajuda do Reino - e partiram por Protênia para atingir tal objetivo.
Depois de algum tempo de exploração, conseguiram derrotar o líder do Culto, conhecido como Eolann Argáin, e foram muito bem recompensados, sendo parte de uma das recompensas o perdão pelos crimes de Tovenaar. Cada um da Ordem de Elijah seguiu o seu caminho depois da missão ter sido concluída, e, sendo um homem livre pela primeira vez em séculos, Tovenaar decidiu explorar Eilara em busca de conhecimentos perdidos e culturas novas. Seguiu com esta vida de explorador por décadas, até morrer de idade avançada em algum momento entre os anos de 1610 e 1650.
Habilidades e Equipamentos[]
Tovenaar é um feiticeiro de magia selvagem. O que significa que os feitiços que o mesmo conjura são brutos e intensificados, mas como consequência ele acaba não conseguindo controlá-los da maneira correta, podendo acidentalmente criar desastres bizarros e de uma força destrutiva imensa. Tovenaar também consegue mudar as leis naturais da magia ao seu favor, conseguindo rescrever da forma que quiser as regras impostas pelos seus feitiços.
Durante seus anos ativos, Tovenaar foi visto usando dois equipamentos importantes:
- Cajado do Poder: Depois de derrotar o mago louco Eolann Argáin, Tovenaar adquiriu como troféu o seu poderoso Cajado. O Cajado é capaz de intensificar os poderes do usuário, além de lhe entregar conhecimentos ocultos e aumentar sua força e resistência. Tovenaar, em algum momento durante os Anos 70, perdeu o Cajado para o príncipe de Flotsam, Nathaniel Tatch. Depois de Tatch, o Cajado caiu nas mãos da mestre maga Seelie, durante seus anos com a Ordem do Corvo.
- Manoplas de Tovenaar: Esse par de manoplas foi forjado especialmente para Tovenaar por uma entidade desconhecida, durante sua missão de derrotar Eolann. As manoplas, construídas a partir de pedra vulcânica, intensificava os poderes de fogo de Tovenaar. O feiticeiro adquiriu as manoplas após passar por um árduo teste de esquecer o seu futuro, e fazer de habilidade mais forte o mesmo poder que havia matado sua família anos antes.
Trívia[]
- Tovenaar é uma criação original de João Vitor Melo.
- O nome de Tovenaar, e de sua família, são palavras que os descrevem em Holandês.
- Tovenaar sofre de esquizofrenia.
- Tovenaar foi o responsável pela morte de um dos últimos meio-dragão do mundo, Langdedrosa Sayonara.
- Após a morte de sua filha, Tovenaar tem um ódio não natural por crianças.
- Azunth, mesmo com sua relação conturbada, considera Tovenaar uma das pessoas mais importantes de sua vida.
- Tovenaar queimou metade de seu rosto depois de conjurar uma bola de fogo em um lugar fechado. Ele usa de ilusões para esconder sua cicatriz.
- Merzhine considera Tovenaar uma das pessoas mais perigosas da Era XV.